Ao fotografar a escola da minha infância, que fechou em 2022 por falta de
alunos, refleti sobre o conceito de “não-lugar” de Marc Augé. O meu objetivo era
preservar as memórias daquele espaço antes que o vandalismo ou o tempo o
destruíssem. A escola, que antes era vibrante e cheia de vida, agora simboliza o
abandono das áreas rurais portuguesas que sofrem com a desertificação e o
envelhecimento da população. Enquanto retratava o espaço como ele se encontra
hoje, pensei em como já foi no passado e no impacto social que o fechar das
escolas têm nas comunidades rurais, onde a ausência de instituições de ensino
desintegra as relações sociais e acelera o abandono das aldeias. Fotografar este
espaço fez-me perceber que ele se tornou uma espécie de “não-lugar”, uma
sombra do que representou para mim e para minha família no passado.

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